manhã.
o sol nasce.
arde.
me cega.
no entardecer
ele se põe atrás.
cresce uma sombra.
arrasta-me.
é assim.
com o tempo.
com as pessoas.
há brilhos que queimam
— mesmo quando são amor.
há distâncias que pesam
— mesmo quando são cuidado.
esperança também é assim.
às vezes fere.
às vezes pesa.
mas ainda é luz.
e a luz,
mesmo quando cega,
mesmo quando provoca sombra,
ainda aponta o caminho.
aprendo a caminhar
entre claridade e penumbra,
pisando devagar
para não tropeçar
nem no sol
nem na sombra.
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