a Geraldo Figueiredo
as palavras
carregam o sopro
do que é vivo.
escrevo não para conter-me
mas para que saibam
que aqui, no silêncio das horas,
vou documentando
a travessia –
a sua,
a minha,
a de quem nem sabe
que caminha…
talvez a ninguém importe
o que recolho ao acaso,
mas tu, que me lê,
transforma cada esboço
num gesto de encontro.
e assim
ao escrever,
num grande esforço
abraço o mundo
como quem segura
a mão de um amigo
com ternura.
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